Aculturação: Até que ponto?

aculturação

A Arte de “Dançar” com uma Nova Cultura: Aculturação

Eu diria que é uma dança. Aprender a dançar seja qual ritmo for, requer aprendizagem, disposição, desprendimento, talento…
Quando os primeiros passos são dados, parecem estranhos, sem leveza, enrijecidos talvez… há uma técnica a ser aprimorada, é preciso orientação, observação, algum recuo para ver de longe, ao mesmo tempo que coragem é preciso, para o desafio de mergulhar e dançar…

No processo de aculturação há também um ritmo que precisa ser ouvido e como na dança, é ele que determina os passos daquele que caminha em direção a uma nova cultura. Requer também aprendizagem, disposição, desprendimento, coragem…
No processo de aculturação os movimentos são necessariamente lentos, um passo de cada vez. Tudo ao redor pode parecer estranho, rígido, diferente e as mudanças esperadas não acontecem rapidamente.


É preciso observação, num ir e vir de acontecimentos e emoções, que nos permitem aos poucos conhecer o novo lugar, a nova cultura, seus cheiros, sabores, afetos e maneira de viver, numa dança que nos faz mergulhar aos poucos na compreensão do diferente e do seu jeito de ser, e que nos transforma de dentro para fora, trazendo novos olhares, experiências e tanta riqueza, numa profundidade que traz leveza nos passos, enquanto o ritmo nos invade levando-nos a dançar entre culturas ao ponto de não pertencermos mais apenas a um lugar.

O que é necessário para a Aculturação

Confissão de uma Mulher Multicultural

Entrar em contato com uma nova cultura é como ser convidado a uma dança desconhecida. No começo observamos, na tentativa de compreender os movimentos, porém, com paciência e prática, descobrimos como nos movermos em harmonia com o ambiente. Isso é aculturação: a arte de encontrar equilíbrio entre o novo e o que já faz parte de nós
Ninguém começa a dançar sabendo todos os passos. No processo de aculturação, o início é sempre uma aprendizagem. Prestamos atenção ao ritmo, experimentamos movimentos e vamos a pouco e pouco, adquirindo confiança. O segredo está em escolhermos desfrutar do processo, ao invés de alimentar culpas quando os passos ainda são indecisos.

Aprendendo a dança da Aculturação

Nem toda adaptação é benéfica. A aculturação será saudável quando os novos passos se encaixarem no nosso jeito de dançar a vida, sem que a nossa própria coreografia se apague. Assim é importante que:
• Observe e compreenda: Preste atenção nas pessoas ao seu redor. O que valorizam? Quais são os costumes mais importantes?
• Pratique: Aos poucos, tente incorporar alguns hábitos no seu dia a dia. Não tenha medo de errar; cada tentativa é uma aprendizagem.
Lembre-se que, nenhuma dança vale o preço de abandonar quem realmente somos. A Aculturação é uma troca onde aprendemos, mas também ensinamos e, o mais importante é saber até onde podemos ir.
• O lado positivo: Quando a adaptação nos traz novos conhecimentos, conexões verdadeiras e nos faz crescer. Sentimo-nos confortáveis e seguros.
• O alerta: Se percebermos que estamos a aos poucos a abandonar quem somos, ou que o nosso esforço é tão grande que nos leva a exaustão, pode ser um sinal de que algo não está certo. Por isso, é necessário respeitar nossos limites e acima de tudo a nossa essência.

Dicas para uma adaptação progressiva

  1. Esteja aberta: Viva as novas experiências sem medo, mas sem pressa. A jornada é sua.
  2. Valorize sua bagagem: O que você traz da sua cultura também é importante. É possível integrar sem apagar, lembre-se que estamos a falar de uma dança, onde há trocas, direção e apredizagem mútua.
  3. Converse com pessoas locais: Isso ajuda a entender o que é realmente importante e a criar laços significativos.
  4. Tenha paciência: Mudanças levam tempo. Permita-se aprender no seu ritmo.
    Aculturação é mais do que nos adaptarmos, é também sobre crescimento, sobre descobrir que podemos viver o novo sem deixar de ser quem somos. Assim, caminhe com confiança, aprenda com o diferente e mantenha sempre essa identidade única que te faz filha amada do Pai… e dance, dance muito, porque sempre valerá a pena e os frutos, esses são eternos!

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