Identidade e Propósito na Vida Multicultural

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Procurando viver na direção do Espírito de Deus até o fim

“Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas.” Provérbios 3.5 e 6

Você ainda sabe o que está fazendo aí? Sim, estou falando com você mesmo, mulher multicultural. Você tem clareza da sua missão e acorda dia após dia na convicção de que está fazendo o que nasceu para fazer ou tornou-se mecanizada com o passar do tempo?

Ter clareza de identidade e propósito de vida é uma grande fonte de satisfação. A falta disso pode tornar nossa vida em uma “missão impossível”. O texto de sabedoria encontrado em Provérbios 3 nos convida a confiança em Deus para que possamos reconhecê-lo em nosso caminho. De fato, com a mente racional, sabemos que Deus está conosco em todo tempo e lugar, mas diversas vezes não possuímos sensibilidade espiritual para captar sua presença e sermos abraçadas pela segurança que ela traz.

Angustiadas, desesperadas, cansadas e perdidas…é assim que ficamos quando caminhamos rápido demais, em nossa própria força e convicção, sem consultar a Deus. Vamos fazendo muitas coisas, sem nenhuma conexão com nossa identidade e propósito.

“O projeto parece bonito, então vou fazer. É para ajudar alguém, então vou fazer. É o que sempre sonhei, então vou fazer. Isso vai me dar muitas oportunidades, então vou fazer.” Esse é o discurso interno. Nossa conveniência está nos levando para uma vida de desordem. Começamos de modo tão bonito, caminhando por fé, andando com cuidado e silenciosamente para poder ouvir claramente a vontade de Deus para nossas vidas e com o passar do tempo, achamos que já sabemos tudo, confiamos em nosso instinto e sagacidade. Como isso pode acabar bem?

Nós temos vontade de correr e chegar logo nos resultados que almejamos, os ideais criados por nosso ego são aquilo que nos atrai. Sim! Podemos estar com um discurso bonito que estamos servindo a Deus, mas apenas fazendo tudo por nós mesmas, por nosso nome, reputação e prestígio. E quando o ministério se torna o palco da nossa performance nós podemos ter certeza de que estamos perdidas.

A Fita Vermelha

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Há uns 15 anos, eu participei de um treinamento espiritual que envolvia uma trilha para desenvolver confiança, dependência e trabalho em equipe. Os grupos foram divididos e cada líder de equipe recebia algumas instruções bem simples. Todo o caminho estava marcado por fitas vermelhas e para chegar no destino final, em nosso ponto de encontro deveríamos seguir essa sinalização. Parecia fácil, e no começo realmente foi. Nos primeiros 30 minutos de caminhada viámos as fitas vermelhas por toda parte, chegavamos em uma e logo o nosso olhar alcançava outra e outra…estávamos avançando. Entretanto, começamos a perceber que uma distância considerável começava a separar uma fita da outra. Chegou um momento em que andamos por várias direções e não encontramos fita nenhuma. Foi aí que lembramos de outra orientação simples, porém extremamente importante: “Quando não encontrar nenhuma fita nova, volte ao último marco”. Nosso ponto de segurança era a última fita vermelha vista.

Nosso maior trabalho era encontrar o caminho de volta, achar a última fita vermelha e seguir sua direção. Felizmente, eu e meu grupo conseguimos chegar ao ponto de encontro e esse treinamento me ensinou preciosidades que carrego comigo na jornada ministerial.

Não podemos negar, viver o chamado e caminhar na missão é muitas vezes como fazer uma trilha em um caminho totalmente desconhecido. Nos apegamos fortemente aos sinais. Pedimos a Deus todo o tipo de confirmações e vamos cuidadosamente avançando em obediência. Geralmente é com esse coração que chegamos ao campo de trabalho. Mas sempre chega uma etapa, para todas nós, em que o caminho parece confuso.

Não visualizamos mais nenhuma fita vermelha, não há sinais nem direção. E nessa hora parar é a melhor opção. Sua mente vai resistir. Você pode ter a sensação de que parar é sinônimo de fraqueza e que é melhor desistir de tudo de vez. Calma, muita calma nessa alma!

Quando Parar é Avançar

Parar é uma grande oportunidade para se encontrar. O repouso nos faz descansar de toda a exaustão que uma vida vivida na força do próprio braço pode gerar. Parar nos faz perceber toda a energia e tempo que doamos a coisas desnecessárias e nos faz avaliar o que faremos que é o que nos resta.

Recapitular a história, perceber os movimentos realizados, refletir onde de fato quer chegar, nos ajuda a obter clareza sobre quem somos. As angústias sentidas nos momentos de pausa podem nos beneficiar quando nos levam a chorar e a orar aos pés do Senhor, declarando arrependimento e real submissão.

De fato, só Deus pode nos dar direção em nossa jornada. Só seguiremos em  paz o nosso caminho se for Deus a nos guiar em cada passo. Se você, querida irmã, não sabe o porquê de estar na nação que está, no trabalho que desenvolve, na vida que vive, talvez essa seja a sua “deixa” para parar um pouco. Se tudo perdeu o sentido, não seria sábio voltar um pouco e revisitar a última direção recebida?

 Qual foi a última vez que Deus falou com você? Qual a última sinalização do céu? Visite seus cadernos devocionais (espero que você os tenha, de fato), releia os textos bíblicos da sua chamada. Encare esse processo de se reconectar, de ter sensibilidade para perceber onde o Espírito Santo quer que você esteja, não apenas geograficamente, mas espiritualmente.

Parar um pouco, voltar atrás podem ser seus maiores avanços nesse tempo. Deus está nos chamando para um tempo de restauração. Um lugar de reconhecimento de quem Ele é e de quem você é. Todo esse tempo é um investimento preciosíssimo que exercita sua confiança no Deus que te chamou e permitirá que o Senhor gracioso e onipotente endireite as suas veredas. Sim! Deus pode consertar você e te levar de volta a caminhada rumo ao propósito eterno que Ele tem.

Quem sabe este não é o melhor momento de parar e falar com Deus? 

Leia mais texto da Jade Simões no nosso Blog CMM, AQUI

Evento

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A Semana do Maternar Multicultural é um evento criado com carinho e propósito pelo CMM – Confissões de uma Mulher Multicultural. Pensado especialmente para mães que vivem entre culturas ou que estejam prestes a embarcar na jornada multicultural. Também é um espaço para quem serve na área do cuidado e deseja compreender mais profundamente os desafios da maternidade e das famílias nesse contexto.

Sabemos que muitas mães multiculturais por vezes, sentem-se sobrecarregadas e até mesmo culpadas em meio a tentativa por um equilíbrio entre a dedicação aos filhos e o trabalho. Às vezes a cobrança vem de si mesma, às vezes dos companheiros de equipe, igrejas ou da própria cultura em que estão inseridas.

A Semana do Maternar Multicultural, pode ser um presente de Deus! Uma oportunidade para encontrar discernimento, compreensão do tempo que está vivendo, alinhamento dos passos à vontade de Deus e para reencontrar o equilíbrio necessário para viver bem, para servir com mais leveza e alegria.

A Semana do Maternar Multicultural é um evento para apoiar, cuidar, fortalecer e capacitar mães e cuidadoras — em sua identidade, chamado e suas mais diversas funções. Além de promover conexões entre mães espalhadas mundo afora que se reconhecem, se escutam, se encorajam e se equipam com as ferramentas certas para florescerem.

Jade Simões

Brasileira, natural do Ceará, é Obreira multicultural, escritora e professora. Apaixonada pela feminilidade, tem se dedicado ao ensino e discipulado de moças e mulheres. É casada com Paulo Diego, mãe do Benjamin e da Abigail. A família está há 9 anos na África ocidental.

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