Abordando a Diversidade Alimentar
A alimentação é fundamental para a manutenção da saúde e bem-estar do ser humano, e sua importância e necessidade se estende além das fronteiras culturais, em qualquer lugar onde você estiver ela será sempre prioridade. Quando Deus criou a terra, a encheu de plantas e animais que serviriam de alimentos para o homem, em diferentes regiões, criando assim uma diversidade alimentar maravilhosa para o homem. E a vida transcultural nos possibilita viver e experimentar essa diversidade em culturas muito diferentes e peculiares. Sendo assim é essencial compreender que o alimento mesmo dentro de uma diversidade alimentar cultural, pode atender as necessidades nutricionais em diferentes contextos.
A vida transcultural envolve a interação de diferentes culturas, resultando em uma variedade de alimentos, práticas culinárias e mudanças nas preferências alimentares que vão se moldando aos diferentes contextos. Antes da minha experiencia transcultural, eu não ficava sem comer feijão, era uma escolha e hábito alimentar diário. Como o feijão era um alimento não muito fácil de encontrar no meu primeiro campo transcultural, me habituei a comer esporadicamente, e com isso aprendi a comer lentilha, grão de bico, entre outros grãos, o que foi uma grande oportunidade para a descoberta de novos sabores e mudança de hábitos alimentares, que trago até hoje. Mas nessas mudanças transculturais devemos tomar cuidado, pois apesar das boas descobertas, essas mudanças podem apresentar desafios, como a possível falta de familiaridade com determinados alimentos, quando se é muito fechado para novo, ou a dificuldade de encontrar ingredientes específicos em uma nova localidade.
É bom entender que a base de uma nutrição adequada na vida transcultural é a variedade alimentar. É importante buscar na região em que você vive conhecer os diferentes grupos de alimentos, como cereais integrais, frutas, vegetais, leguminosas, carnes, laticínios ou alternativas vegetais que podem ser substitutos dos alimentos habituais e conhecidos.
É fundamental que você esteja pronta para explorar os alimentos locais disponíveis na nova localidade e incorporá-los gradualmente à sua rotina alimentar. Conhecer a diversidade culinária local e aprender sobre os ingredientes típicos e suas propriedades nutricionais é uma maneira de expandir as opções alimentares e garantir uma dieta variada e saudável. Além disso, a troca de experiências culinárias com pessoas de diferentes culturas pode ser uma fonte de aprendizado e enriquecimento.
Mas lembre – se de buscar o equilíbrio e a moderação nas descobertas alimentares, e isso significa evitar o consumo excessivo de alimentos processados, industrializados, ricos em açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio. A preparação caseira das refeições, utilizando ingredientes frescos e minimamente processados, é uma maneira de garantir a qualidade nutricional dos alimentos consumidos.
Por fim, é importante destacar que a alimentação transcultural é um processo contínuo de aprendizado e adaptação, lembrando que cada indivíduo e comunidade têm necessidades e preferências alimentares únicas, e que hábitos alimentares são flexíveis e estão em constante mudanças. Esteja aberta a experimentar novos alimentos e sabores.
Aqui estão algumas dicas práticas para uma alimentação saudável em um contexto transcultural:
1. Explore a variedade alimentar local: Familiarize-se com os alimentos disponíveis na nova localidade. Visite mercados locais, feiras de agricultores e lojas para descobrir ingredientes tradicionais, frescos e de época. Experimente frutas, vegetais, grãos e carnes locais para expandir suas opções de alimentos. Faça isso de forma gradual e leve. Experimente o novo alimento mais de uma vez, e não o exclua na primeira tentativa.
2. Equilibre os grupos de alimentos: Certifique-se de incluir alimentos de diferentes grupos em suas refeições. Consuma cereais integrais, como arroz integral, quinoa, pão integral, tubérculos como batatas, mandioca e inhame. Inclua uma variedade de frutas e vegetais coloridos para obter vitaminas, minerais e antioxidantes. Não se esqueça das fontes de proteína, como feijões, lentilhas, peixes, aves, carne magra, ovos ou mesmo alternativas vegetais. Também é importante incorporar laticínios, e fontes de gorduras saudáveis, como abacate, nozes e azeite de oliva.
3. Combine tradição e inovação: Encontre maneiras criativas de combinar a sua culinária com novos ingredientes e técnicas culinárias locais. Por exemplo, você pode experimentar adaptar uma receita tradicional usando ingredientes locais. Use ervas, temperos e especiarias para realçar o sabor dos alimentos e adicionar variedade aos pratos. Um bom exemplo é o abacate. No Brasil normalmente ingerimos com leite e açúcar, enquanto em outras culturas são usados como manteiga em pães, recheio de pizza ou mesmo na forma de cremes salgados.
4. Aprenda com a comunidade local: Interaja com pessoas da nova localidade e compartilhe experiências culinárias. Converse com moradores locais, participe de eventos culturais e peça recomendações de pratos típicos. Isso pode ajudar você a aprender sobre a cultura alimentar local e descobrir novos pratos saudáveis.
5. Cozinhe em casa sempre que possível: Preparar suas refeições em casa permite que você tenha controle sobre os ingredientes e a forma de preparo. Opte por receitas saudáveis, como grelhar, cozinhar no vapor, assar ou refogar, em vez de fritar. Experimente diferentes receitas e adapte-as de acordo com seus gostos e necessidades.
Gleici Balaniuc é casada, formada em Nutrição, pós graduada em Nutrição Clínica, Fitoterapia aplicada a Nutrição e mestrado em Ciências de Alimentos. Trabalhou por 15 anos no Continente Africano, atualmente trabalha juntamente com seu esposo na Base da missão Pioneiros-Brasil na mobilização supervisão de área e cuidado do obreiro multicultural.
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