Câncer de Mama no Contexto Multicultural

câncer de mama

A Importancia da Detecção Precoce para Salvar

Outubro chegou, trazendo consigo as campanhas, luzes rosas e equipes vestidas de rosa — tudo muito bonito e inspirador! Desde sempre, amei o mês de outubro, especialmente porque, há mais de 10 anos, trabalho tanto clinicamente quanto cientificamente com a saúde da mulher mastectomizada. No entanto, isso me leva a refletir: será que o câncer de mama é realmente tão comum em diferentes contextos multiculturais? E, mais importante, estamos realmente assimilando o verdadeiro propósito do Outubro Rosa? Afinal, essa campanha vai além da cor e das luzes; trata-se de conscientização e educação sobre a prevenção e o diagnóstico precoce.

Campanhas de Conscientização: O Que Estamos Compartilhando?

Ao longo dos anos, tenho observado o conteúdo compartilhado nas campanhas de conscientização do Outubro Rosa e, com o tempo, percebi algumas inconsistências. Muitas vezes, como profissional da saúde, me vejo reforçando a importância dos exames preventivos — sem dúvida, o tema mais abordado durante este mês. Costumo levar essa mensagem para diferentes comunidades; no entanto, recentemente parei para refletir: será que eu mesma estou atenta aos exames preventivos das mulheres próximas a mim?

Por exemplo, percebi que não sabia a data da última mamografia da minha mãe ou da minha avó. Em uma ocasião, estava sentada na igreja, observando várias mulheres ao meu redor, e me perguntei: “Será que alguma vez perguntei a elas se estão em dia com seus exames preventivos?”

Ao inserir essa pergunta em meu cotidiano, percebo que podemos estar falhando ao focar apenas em disseminar a conscientização, sem lembrar de aplicá-la na prática com as pessoas mais próximas

A Realidade Além das Redes Sociais

Curiosamente, vejo muitas dessas mulheres nas redes sociais usando blusas rosas e participando ativamente de campanhas com suas equipes de trabalho durante o mês de outubro. No entanto, isso me leva a refletir: será que todas elas estão realmente cuidando de sua saúde além da campanha visual? Frequentemente, o diagnóstico de câncer de mama pega de surpresa uma amiga, mãe, avó, tia ou colega de trabalho. Nesse instante, surgem muitas dúvidas: “Devemos falar sobre isso? O que dizer? Como oferecer apoio a essa pessoa?”

Essas questões nos fazem pensar ainda mais profundamente: “Além de vestir a blusa rosa, o que realmente aprendemos durante o Outubro Rosa?” Sabemos que é fundamental realizar exames preventivos, mas e quando a pessoa diagnosticada já os fez? Será que, mesmo assim, ela cometeu algum erro?

Detecção Precoce x Prevenção: Entendendo a Diferença

Uma questão importante a ser destacada é a diferença entre prevenção e detecção precoce. O Outubro Rosa é uma campanha voltada para a importância da detecção precoce do câncer de mama, e não para a prevenção em si. Prevenção está relacionada a práticas saudáveis, como atividade física regular, alimentação balanceada e cuidado com a saúde emocional. Já a detecção precoce envolve a realização de exames de rotina, como mamografias, que são essenciais para identificar o câncer em estágios iniciais e garantir uma sobrevida com melhor qualidade.

Outro aspecto que merece atenção é que o Outubro Rosa não é uma campanha exclusiva para mulheres. Surpreendentemente, muitos desconhecem que uma pequena porcentagem de homens também pode ser diagnosticada com câncer de mama. Além disso, a maioria das mulheres diagnosticadas tem maridos, filhos e pais. O que esses homens sabem sobre o câncer de mama? Será que o tema é discutido abertamente ou ainda é visto como um tabu?

Dúvidas Frequentes e Apoio Familiar

Quando o diagnóstico surge, é comum que familiares tenham diversas perguntas e preocupações, como: “Ela vai morrer? O que vai acontecer após a cirurgia? Como funciona a quimioterapia? Ela tem a opção de não fazer o tratamento?” Essas dúvidas mostram a necessidade de mais informação e educação sobre o tema, tanto para as mulheres quanto para seus familiares.

Mas, será que os familiares dessas mulheres participaram de alguma palestra ou evento do Outubro Rosa para entender melhor a situação? Muitas vezes, esses eventos se concentram apenas nas mulheres, deixando de fora um público importante que também precisa ser informado e orientado.

Perguntas e Inseguranças das Mulheres Diagnosticadas

Para as mulheres diagnosticadas, o diagnóstico traz uma série de questões e inseguranças: “Como será a cirurgia? Meu cabelo vai cair? Como devo cuidar da cicatriz? Vou precisar de radioterapia? Meu braço vai inchar? Meu tórax ficará sem sensibilidade? Será que conseguirei voltar ao trabalho? Posso dirigir? Posso pegar meu filho no colo? O que devo comer?”

Essas são apenas algumas das perguntas que surgem e que mostram a complexidade do enfrentamento do câncer de mama. É preciso mais do que apenas campanhas visuais para oferecer suporte adequado.

Transforme o Seu Outubro Rosa

Câncer de Mama no Cntexto Multicultural

Diante de toda essa realidade e das confusões que podem surgir entre detecção precoce e prevenção, faço um convite: transforme o seu Outubro Rosa e ajude a sociedade ao seu redor a fazer o mesmo! Vamos além das blusas rosas e campanhas visuais. Incentive conversas abertas, ofereça apoio genuíno e busque informações que possam realmente fazer a diferença na vida de quem enfrenta o câncer de mama. Assim, poderemos construir um movimento mais consciente e efetivo.

    Como Participar dessa Campanha:

    1 – Vista sim sua blusa Rosa!

    2 – Desafie as mulheres ao seu redor a terem um compromisso com seus exames.

    3 – Encoraje as famílias (mulheres, maridos, filhos) estarem todos presentes em todos os eventos educacionais sobre Câncer de Mama.

    4 – Acolha a mulher diagnosticada, a pergunta “o que eu posso fazer por você?” já vai ajudar muito! E se você conhecer a linguagem do amor dela melhor ainda! Você saberá se ela quer um toque de afeto, se ela quer que você faça uma limpeza na casa dela ou faça a feira da semana, se ela gosta de palavras de afirmação e encorajamento, se ela gosta de presentes, ou se sua ligação e tempo de qualidade a ouvindo, sobre o tratamento ou não, e contando fatos da vida a agrada.

    5 – Auxilie esta mulher a buscar a melhor conduta e informação de cada profissional da saúde envolvido: Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos. (Existe muito conteúdo online e gratuito de qualidade).

    6 – Anime outras pessoas também a acolher a família desta mulher, conversas com os filhos, maridos, pais. 

    7 – Ore muito por esta família!

    Câncer de Mama no Contexto Multicultural

    Nosso papel como filhos de Deus, o dono da Verdade é encarar a verdade, não fugir dos fatos, mas ter e buscar sabedoria seja qual for a situação! E demonstrar o Consolo do Espírito que habita em nós e lembrar da promessa de Quem estará conosco por todos os dias nesta terra!

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    Dra. Monique Rezende Hasegawa

    Fisioterapeuta
    Doutora e Mestre pela Universidade de São Paulo- USP/RP
    Especialista em Saúde da Mulher e Dermatofuncional.
    Graduada pela Universidade Federal de Alfenas- Unifal-MG.

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