Onde está o foco do seu coração?
Nesses últimos dias meu filho caçula estava constantemente com a mão na boca. Ele dizia não estar roendo as unhas, mas tirando pedacinhos de cutículas.
Embora eu aconselhasse para que ele não fizesse, sua ansiedade não o permitia o não fazer.
Os últimos dias foram realmente intensos, precisamos mais uma vez sair do país para renovar o visto. Graças ao bom Pai, deu tudo certo. Mas a mudança na rotina, privação do sono e longas viagens trazem muita ansiedade mesmo.
A consequência foi que um dos seus dedos começou a doer bastante e hoje pela manhã ele estava com o dedo infeccionado; inchado e cheio de pus.
Ele chorou de dor. Ele dizia que não sabia como, mas que seu coração agora estava batendo na ponta do dedo. O pus fazia seu dedinho latejar de tanta dor.
Explicamos que o pus precisaria sair para a dor parar. Esquentamos água para que ele deixasse a mão de molho. Ele chorou mais ainda. E foi lindo ver seu irmão mais velho ao seu lado; acalmando, contando as próprias experiências e orientando.
Deixamos os dois sozinhos na sala. Eles tinham água morna, um cotonete e um palito de dente. Orientamos para que o próprio caçula tentasse tirar o pus. Só ele sabia o quanto estava doendo e o quanto poderia suportar.
Não demorou muito para o primogênito celebrar que o irmão estava conseguindo. E então, de repente, nosso pequeno chega sorrindo com o rosto ainda marcado pelas lágrimas que escorreram. Ele dizia que o pus tinha saído e que já não doía mais. Passamos uma pomada com antibiótico e a vida logo voltou ao normal.
A inocência do meu filho o fez pensar que o seu coração estava batendo na ponta do dedo doente. Depois de pensar por um tempo, concordei com ele.
Anatomicamente isso é impossível, mas é bem assim que a gente sente. Quando há algo que não está bem, nosso foco fica na dor. É como se nosso próprio coração estivesse ali, fazendo-nos sentir seu pulsar dolorido.
E, quando entendemos que precisamos mexer na ferida pra sarar , choramos, porque só em prever a intensidade da dor já queremos evitar.
Mas é limpando que recebemos alívio. É tocando que damos o primeiro passo para sermos sarados.
E, nesse processo, muitas vezes precisamos de ajuda, de conselho, de orientação, de alguém que já sentiu doer, alguém que possa também celebrar a vitória do desafio encarado.
Que o Senhor nos ajude, em meio às ansiedades da vida, colocarmos o foco Nele. E que Ele nos oriente, quando estiver doendo, a termos os instrumentos certos para que a dor passe, a cura chegue e o sorriso volte aos nossos lábios, mesmo que ainda haja marcas de lágrimas em nossos rostos.
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