Natal: Celebrando em Outra Cultura

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Perpetuando a Essência do Natal

O aroma do panetone invade o ambiente, espalhando doçura e calor. É assim que dou as boas-vindas ao Natal em casa. Aqui, onde vivo, em um país da África Ocidental, onde panetones não são fáceis de encontrar, tive que aprender a colocar as mãos na massa, se quero comer um. Preparo os primeiros enquanto decoro a casa ao som de músicas natalinas.

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Quando meu filho chega da escola, quero que ele sinta o Natal em cada detalhe: o perfume, as luzes, o sabor e as melodias. É um ritual simples, mas cheio de significado, criando memórias que falam da nossa fé e de nossas tradições vivendo em outra cultura. Mesmo em uma terra onde o Natal não é tão evidente, escolhemos viver a essência dele.

Mas o que é preciso, de verdade, para celebrar este momento em outra cultura? Talvez você esteja em outro país, onde as pessoas não celebram o Natal ou lhe atribuem outro significado. No entanto, tudo começa com um coração decidido a perpetuar a lembrança de que Deus se fez carne e veio habitar entre nós.

Memórias e Pedagogia Divina 

O Natal é uma oportunidade de trazer à memória e refletir sobre o maior presente já dado à humanidade, o plano consumado que foi elaborado desde antes da fundação do mundo, a salvação através de Jesus. A celebração de Natal, então, é pedagógica. Pensando sobre isso, lembrei-me de quando Neemias restaurou os muros de Jerusalém, mas também se preocupou em restaurar a espiritualidade do povo. Quando os líderes de família começaram a estudar a lei do Senhor, perceberam que já não celebravam a festa das Cabanas como no tempo de Josué, ou seja, havia mais de 20 gerações sem essa celebração, então foi uma das coisas que eles reestableceram. Grande foi a alegria do povo ao construir suas tendas nos pátios de suas casas e passar sete dias vivendo nelas. Que pedagogia divina! Que criança esqueceria a história do Êxodo naqueles dias especiais, acampando em cabanas artesanais fora de casa?

Da mesma forma, a Natividade nos dá a oportunidade de relembrar e ensinar sobre encarnação de nosso Deus e da grande salvação. Não é uma festividade qualquer; é um convite para proclamar que o nosso Salvador veio, que o Messias nasceu de uma virgem, cumprindo assim as profecias. Não deixe que o brilho comercial apague essa verdade. Afinal, se o mundo usa o Natal para lucrar com fins comerciais, nós devemos usá-lo para proclamar. Seja criativa. Não coloque o foco na maneira que as pessoas que estão ao seu redor celebram esse evento, mas faça você mesmo de maneira que evoque a presença de Jesus no meio de sua família e sua vida.

Quando o Natal Perde o Foco 

É nosso dever como embaixadores do Reino de Deus, ensinar nossa geração sobre a verdadeira mensagem da Natividade. Recentemente, ao ler sobre uma decoração de Natal em São Paulo, fiquei chocada: um shopping escolheu o tema Pokémon. Não havia presépio, mas “monstrinhos” decorando o cenário. Isso me fez refletir: quem dirá à essa geração que, mais importante do que luzes ou presentes, é a luz do mundo que veio habitar entre nós? Afinal, o mundo não tem o compromisso de ensinar nossos filhos sobre a verdadeira história da redenção.

Não podemos perder essa oportunidade. Mesmo que faltem ás decorações ou presentes, o que não pode faltar é a história real da encarnação do Filho de Deus. Este é o mês que escolhemos para lembrar e ensinar.

Depois de 27 anos sem celebrar o Natal no seu país de origem, meu esposo teve a oportunidade de passar essa data especial em sua própria cultura, no ano passado. Tínhamos tantas expectativas para esse momento. Realmente, foi muito significativo para nós e para sua mãe, que chorava de alegria ao agradecer a Deus por essa ocasião. Foi um natal diferente para mim, eu não estava no meu país, precisei reconfigurar minha maneira de celebrar o Natal na nova cultura. No entanto, detalhes como o cardápio, o horário da ceia ou a data para decorar e tirar a decoração são secundários. O que mais importava naquele momento era estar ao lado de nossa amada família, recordando o amor de Deus e sua tão grande salvação.

Um Convite à Redescoberta 
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Estar vivendo em outra cultura pode ser desafiador também na época Natalina, sobre tudo, se você é solteira ou está muito tempo longe dos familiares, amigos ou igreja. A saudade do que ficou para trás pode transformar esse tempo em um misto de nostalgia e solidão. Mas também é uma oportunidade para algo novo. Com as lentes certas, o Natal pode se tornar em um momento para comunhão, reflexões, e para tecer laços profundos.

Em outro país, o Natal pode ser o momento ideal para compartilhar a razão dessa celebração com amigos da nova cultura. É uma chance de acolher o solitário e testemunhar o amor de Jesus. Conversando com uma amiga que vive em Paris, ela me contou que, no ano passado, sua vizinha, imigrante de um país fechado ao evangelho, passou a ceia de Natal com ela e sua família, porque o marido estava na prisão. Foi uma oportunidade para falar sobre o plano redentor com palavras e ações. Por isso, não deixe passar essa oportunidade, onde quer que você esteja.

 Viva o Natal com Propósito 

Não importa onde você esteja ou o que tenha ao seu redor. Pode ser que à sua volta haja neve, luzes, enfeites natalinos, ou que não haja nada dessas coisas que nos fazem lembrar que o Natal chegou. O que realmente importa é que o verdadeiro sentido da natividade brilhe através de você. Faça deste tempo uma oportunidade para celebrar a vinda de nosso Amado Jesus ao mundo, criando memórias inesquecíveis e espalhando a esperança da salvação que Ele trouxe a todos os povos.

Afinal, o Natal não é sobre onde estamos, mas sobre quem veio até nós para nos resgatar da escuridão e nos conduzir à sua luz maravilhosa. Que Ele seja o centro de nossas celebrações, independentemente da cultura ou das circunstâncias.

Leia Também Um Natal Anglo-Brasileiro, escrito por Janet Susan Greenwood, um relato emocionante das diferenças na maneira de celebrar o Natal entre culturas.

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Daniela Condor

Colaboradora da redação do Blog CMM, esposa, mãe, servindo entre culturas desde 1995. Atualmente vivendo em um país da África Ocidental.

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