O Ministério da Presença na Vida Transcultural

O que nos mantém de pé quando as “redes” estão vazias?

O inverno estava findando e fomos a praia no final da tarde. Impossível entrar na água, que ainda estava muito gelada. Enquanto as crianças brincavam na areia, conversávamos contemplando a paisagem; o mar calmo, a mistura de cores no céu, os barcos.

Alguns barcos pareciam estar à deriva no mar, outros ancorados na praia. Um pescador limpava as redes. Diante daquela cena, nossos pensamentos viajaram no tempo e tentávamos cogitar como tinha sido o dia em que alguns discípulos, cansados do trabalho infrutífero de uma noite inteira, limpavam as redes.

Enquanto limpavam as redes vazias, desanimados e exaustos, Jesus entra no barco e o usa para anunciar as boas novas. Ele sentado na proa do barco contempla tanto a multidão na beira da praia, quanto os discípulos com os pés na água tirando o lixo das redes, desenrolando, desfazendo os nós e deixando o material pronto para próxima pesca.

Nessa reflexão, nossa conversa convergia para o pensamento de como é difícil seguir limpando as redes, mesmo quando a pesca não é boa, quando nosso trabalho parece não ter resultados. Como é difícil se manter na posição de seguir indo, jogando, puxando e limpando mesmo quando não vemos nada vivo agarrado às nossas redes.

A repetição da ação, a insistente esperança de que haverá peixes, muitas vezes faz nossas redes arrebentarem com os atritos. E, então, além de limpar é preciso consertar. Verdade que nem sempre o que pesca é o mesmo que repara as redes. E vemos como é preciso e precioso ter companhia nesse processo. Ter companheiros de trabalho, que mesmo com funções diferentes, trabalham pela mesma causa.

Precisamos da presença do Mestre que chega e nos contempla em nossas atividades, esforço e persistência. Mas, precisamos também uns dos outros para o celebrar e para o chorar das experiencias diárias. E esse cenário de cansaço, de parecer não ter nada a oferecer enquanto seguimos fazendo nosso trabalho ordinário, dar uma grande oportunidade para aprendermos a perseverar enquanto seguimos.

Pois é justamente a presença Dele naquele dia comum, em um barco comum, na presença de homens comuns, que o ordinário se transforma em extraordinário. O ato de ouvi-Lo e obedecê-Lo fez os discípulos lançarem mais uma vez as suas redes. E daquela vez a voz do mestre atraiu vida. A Palavra relata que eram tantos peixes, que as redes quase não puderam suportar.

Aquela extraordinária experiência mudou o curso do coração daqueles homens que presenciaram o milagre. Não sabemos quantos peixes eles já tinham oferecido ao Mestre ao longo do tempo que conviveram com ele, mas essa relação de confiança os fez oferecer suas próprias vidas, os fez afundarem seus barcos e se entregarem por inteiro, numa confiança que nada no mundo explica.

As experiências que temos com Jesus são únicas. Em sua plena e magnífica criatividade, Ele parece não repetir métodos. Que em nossa vida ordinária, de muitas decepções e cansaços possamos dar espaço para que Sua presença conosco nos dê oportunidades de vê-Lo atraindo Vida à nossa vida.

Priscila Alencar é casada e mãe de dois meninos. Serve em contexto transcultural há 15 anos. Dedicando sua vida ao serviço a Deus, servindo ao próximo tem buscado materializar o Amor através das mais variadas iniciativas. Juntamente com sua família, ela segue vivendo no continente africano

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