Páscoa – Como não Recordar?

Como não recordar que Deus instituiu, há mais de três mil anos,
uma celebração santa, marcada por sua aliança eterna,
que apontava para o plano redentor revelado em nosso amado Jesus?
Sim, Ele pensou em cada detalhe com zelo divino.
Cada elemento escolhido por Ele carregava um significado profundo,
um símbolo da libertação, um prenúncio da cruz,
um eco da vitória sobre a escravidão e o jugo do pecado.

Como não recordar da Páscoa — Pessach, que significa passagem?
Sim, aquela passagem divina e sobrenatural,
em que os primogênitos do Egito foram feridos,
mas os filhos do povo de Deus foram poupados,
por causa do sangue de um cordeiro sem defeito,
passado nos umbrais das portas como sinal de proteção e promessa.

Ah, como não recordar que o Senhor ordenou que essa celebração fosse perpétua,
um memorial vivo no coração do seu povo,
para que, quando os filhos perguntassem:
“Por que celebramos esta festa?”,
a resposta fosse sempre um testemunho de libertação.
Para que jamais se esquecessem da noite em que Deus passou no Egito,
livrando seu povo da morte com mão forte e braço estendido.

Como não recordar que, durante milênios,
cada gesto, cada prato à mesa, cada palavra,
apontava silenciosamente para o Cordeiro perfeito,
aquele que foi imolado antes da fundação do mundo,
cujo sangue precioso traria salvação eterna?

Sim, sangue derramado na cruz do Calvário,
sangue que nos comprou para Deus,
formando um povo exclusivo, santo e amado.
Como não recordar da Páscoa?
Como não recordar do sangue?
Como não recordar da ressurreição gloriosa?

O povo de Deus no Egito celebrou a Páscoa com pressa,
com sandálias nos pés, cajado na mão e coração pulsando esperança.
Tinham pressa de deixar para trás a escravidão,
tinham sede de liberdade.

Sim, com suas massas de pães sem fermento,
deixaram a terra da opressão e marcharam rumo à nova vida.
Como não recordar que esse povo,
ainda que tantas vozes do opressor tentassem calar sua identidade,
continuava sendo povo escolhido?

Chamavam-nos de escravos, de pequenos, de sem valor…
Mas nenhuma voz conseguiu apagar o selo de Deus sobre eles.
Mesmo em meio ao sofrimento, a identidade permanecia:
Povo de Deus.

Oh, como não recordar que hoje também há vozes
tentando nos fazer esquecer quem somos em Cristo.
Vozes que tentam nos convencer de que não somos dignos,
que não pertencemos, que não temos valor.

Mas há um sangue — o sangue do Cordeiro imaculado —
que ainda fala mais alto, que ainda purifica de todo pecado,
que ainda nos chama de filhos, de herdeiros, de povo santo.

Sim, vamos celebrar a Páscoa!
Sim, vamos celebrar com alegria, com fé e com gratidão!
O Cordeiro que foi morto… ressuscitou e vivo está!

Oh, como não recordar que Ele tem para si um povo
de todas as línguas, tribos e nações?

Sim, vamos anunciar!
Não vamos nos calar!
Vamos ao mundo proclamar:
A Páscoa está pronta!
O Cordeiro vive!
A salvação chegou!

Daniela Condor

Colaboradora da redação do Blog CMM, esposa, mãe, servindo entre culturas desde 1995. Atualmente vivendo em um país da África Ocidental.

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