Processos X Resultados

Celebrando os pequenos detalhes

Vivemos e agimos em meio a uma sociedade que exige resultados imediatos. Isso influenciou tanto nosso modo de vida que vivemos em busca de resultados e, quando não alcançamos o que nos foi designado, ficamos frustrados e paramos possivelmente de nos esforçar no que estamos fazendo.
Fomos ensinados que um ministério eficaz é aquele cujos resultados podem ser vistos, quanto maiores, mais aplausos recebemos. Celebramos o que conquistamos como um troféu, mas nos esquecemos do processo que levou à conquista.


O processo em si já é um grande resultado! Mas não o celebramos, porque caímos na desvalorização. Os processos envolvem muitas coisas:
Pessoas, aprendizado, esforço, paciência, tempo e dedicação.
Se nos concentrarmos apenas nos resultados, muitas dessas qualidades serão afetadas e até mesmo prejudicadas sem que percebamos.
Como mulheres multiculturais, temos muitos projetos em nossas mãos, dos quais muitas vezes esperamos resultados imediatos e até absurdamente exigentes, com nosso serviço em casa, com nossos filhos, cônjuge e até mesmo com o trabalho fora.

Exigimos resultados de nós mesmos e dos outros, mas esquecemos que até para nascer tivemos que passar nove meses em um processo de gestação. Imagine se você tivesse nascido antes, quantas complicações apresentaria ao longo de seu desenvolvimento? É incrível como, sem perceber, entramos no mesmo círculo de exigências, aprendendo idiomas rapidamente, adaptando-nos à nossa nova cultura, mostrando resultados em um curto espaço de tempo etc. Todas essas exigências são feitas sem levar em conta nossas próprias limitações e as dos outros.


Quando nossa família chegou ao campo em 2017, decidimos que nosso filho, iria para a escola local (em francês), ele tinha 5 anos e não sabia nada do idioma francês. No primeiro dia de aula, nós o deixamos e falamos: “Nós te lançamos na água sem saber nadar, sempre tente fazer o seu melhor”. No final do período, vimos que suas notas não tinham sido as que esperávamos.

Nunca esquecerei a expressão do meu filho quando ele me perguntou com seus olhinhos cheios de esperança: “Como me saí, vocês estão felizes com meu resultado?” Logo o respondemos: “Você se esforçou muito neste período, superou muitas barreiras e aprendeu, portanto, não vamos nos preocupar com o resultado por enquanto, mas celebrar o processo!” Então, corremos para comemorar com um sorvete e, a cada período, aprendemos a valorizar mais o esforço dele, que, com o tempo, terminou com um excelente resultado.

Como mulheres multiculturais, estamos sempre focadas no que queremos alcançar para o Reino, todas nós trabalhamos para atingir as metas que estabelecemos para nós mesmas, foi assim que comecei um programa com mulheres. Eu tinha cerca de 30 mulheres, estava feliz porque o resultado do meu trabalho estava começando a ser visto, mas, com o passar do tempo, o número foi reduzido para 10, 9, 8, 7! Que frustração! No final, o grupo decidiu que não queria saber mais nada do que eu estava ensinando.

Tenho que confessar que foi muito desanimador para mim. Não ver o resultado que eu queria me levou a não querer mais continuar trabalhando assim. Então Deus me respondeu: “Por que você está tão preocupado com as 40 que te deixaram? Você não viu a mulher que está sempre com você? Você já falou com ela?” Naquele momento, entendi que Deus estava mais interessado em meu processo de aprendizado do que na quantidade do resultado.

Ele quer que aproveitemos cada momento de nossa existência, que aprendamos com os processos pelos quais Ele nos permite passar para obter o resultado que desejamos.

Seus planos sempre serão mais altos do que os nossos e Seus caminhos melhores do que os nossos para nos dar o resultado que esperamos. Portanto, eu a incentivo a celebrar cada processo sem se preocupar tanto com o resultado.

Vamos tomar sorvete juntas?

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Miriam Misselis

Cresceu na Argentina. Com 21 anos partiu para o Brasil onde iniciou sua carreira de obreira transcultural. Também serviu na Ásia Central como solteira. Depois de casada trabalhou no Panamá e hoje juntamente com sua família servem em uma país da África Ocidental. Miram está servindo no campo transcultural há 26 anos.

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