“Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará”. (Salmos 1:3).
Gosto muito de estudar, lembro-me de minha infância e de como cresci buscando ter as melhores notas na escola. Queria agradar meus pais e com isso afirmar o meu “valor”. Acreditava que se eu tivesse uma boa performance seria mais amada, mereceria mais atenção e méritos.
Com o passar dos anos, aprendi a servir ao Senhor com zelo e amor à Sua obra, ao ponto de ser capaz de deixar o meu país, o meu desejo era fazer tudo o que eu pudesse para agradar ao Pai.
Jamais me arrependi de deixar tudo para servir em terras distantes, e na verdade, me sinto privilegiada por tanto que tenho aprendido, abençoando e sendo abençoada por esta decisão. Contudo, com o passar dos anos, tenho visto que o que parece muito simples, básico e essencial, muitas vezes pode ser sutilmente perdido na prática do dia a dia. Como por exemplo, a verdade de que a nossa identidade deve estar firmada em quem somos em Deus e não em nosso serviço.
Sabemos que servir deve ser um resultado de nosso relacionamento continuo com o Pai, do ouvir a sua voz, do desejo de lhe obedecer, do amor que Ele mesmo compartilha em nós. Mas, com as demandas do campo, como mulher, como mãe, muitas vezes, focamos em atender as necessidades a nossa volta, queremos atender a tudo e a todos e vamos aos poucos acreditando que a obra é nossa. As atividades vão nos engolindo e vamos aos poucos nos permitindo crer que somos o que fazemos. A nossa dependência do Pai vai se esfriando, o tempo com Ele deixa de ser essencial e o fazer passa a ser prioridade acima do “ser”.
Uma outra maneira de nos perdermos na jornada, pode ser o resultado de expectativas irreais, como por exemplo, a de que chegaremos no campo e resolveremos as necessidades de uma comunidade, salvaremos um povo…. Jesus é o único Salvador! Queridas, se nossa identidade não estiver na total dependência do Pai; nada poderemos fazer! Os resultados serão em vão. “Sem mim, nada podereis fazer” – João 15:5. Sem uma identidade firmada em Cristo, não teremos a paciência e a humildade necessária para observar e aprender; fatores indispensáveis para um trabalho efetivo. Os frutos que permanecem são resultados do trabalho do Senhor da obra em nós, resultados daquele que tem o poder para determinar o frutificar.
Outra situação de desfoque de nossa identidade em Cristo que percebo, principalmente no caso das mães; é quando a fase da vida não nos permite fazer aquilo que “sonhamos “para aquele momento: a renúncia do exercer a carreira por um período para priorizar o cuidado dos filhos, ou o apoio ao marido; a necessidade de aprender a viver e compreender como funcionar em um novo local, em uma nova cultura; aquilo que nos força a recomeçar ou “atrasa” os resultados desejados, ou quando ocorre uma pausa forçada. Todas estas são situações que podem nos levar a questionar a nossa identidade. Mesmo quando é preciso parar o que fazemos, devemos estar certas de que nossa identidade no Senhor não muda, jamais pausaremos quem somos nele e para Ele.
Um bom exemplo disso tem sido o período de pandemia, onde as pessoas tiveram que se reinventar. Onde muitos trabalhos foram pausados, onde o que fazíamos, muitas vezes teve que tomar novos rumos. Neste tempo, muitos daqueles que firmavam a sua identidade no que faziam entraram em colapso emocional. Porque quando somos o que fazemos, e por algum motivo perdermos o que fazemos, também perderemos o sentido. Mas quando estamos firmados em nossa identidade em Cristo, nenhum acontecimento externo e nenhuma pausa forçada poderá abalar esta verdade!
Quando te perguntam quem é você qual seria a sua resposta? Como e onde está firmada a nossa identidade?
Você não é o que faz! O Senhor não mede o nosso valor pelo que fazemos. Quem somos é de fato construído em nosso relacionamento diário com PAI. Deus se interessa em quem você é, em sua vida com Ele e não naquilo que pode produzir. E a verdade que jamais pode ser esquecida é que sem Ele, nada de bom poderemos fazer! Devemos estar “plantadas” aos seus pés e assim tudo o que fizermos prosperará para a Glória Dele!